A luta pela liberdade
Embora a escravidão no Brasil tenha sido abolida em 1888, ainda pratica-se tamanha blasfêmia, porém é tudo mais disfarçado. Há pessoas expostas a condições de trabalho deploráveis, muitas vezes forçados, ou por dívidas; há até mesmo o próprio tráfico humano ou sexual e a exploração laboral.
O Brasil tem um dos menores índices de escravidão de todo o continente americano, mas não deixa de abrigar 155,3 mil pessoas nessa situação. Um dos casos mais famosos são pessoas que imigram em busca de condições de vida melhores, e por falta de oportunidades, acabam se submetendo a péssimos salários e horas extras ilegais, e tudo isso muitas vezes sob ameaça de deportação. Outro caso muito famoso e que ocorre com frequência principalmente nas zonas rurais, é a escravidão por dívida. São trabalhadores agrícolas muito pobres, motivados por promessas de bons ganhos e que quando chegam ao local de trabalho, contraem uma série de dívidas pelo transporte, alimentação, entre outros, e que sempre se acumulam. Acabam, portanto, escravos dos grandes fazendeiros por possuírem alguma espécie de despesa com estes. Na tentativa de fuga, são capturados e duramente reprimidos, servindo de exemplo para que os outros não façam o mesmo.
É importante destacar também o tráfico sexual, que são na maioria das vezes garotas normais, adolescentes, atraídas por uma série de anúncios, propagandas e oportunidades para serem modelos. Então elas saem de seus países ou estados, e ao chegarem na suposta agência de modelos, recebem a notícia de que contraíram défices com passagens, alimentação e alojamento, e para pagá-los deverão manter relações sexuais com diversos parceiros. Ficam dessa forma presas, alimentando os bolsos do rufião, e essa prática, mesmo que lamentável, gera milhões de dólares ao ano e é a terceira maior fonte de renda ilegal do mundo.
O Brasil está entre os países cujo governo está buscando respostas para esse problema e muitas medidas devem ser tomadas. Começando pelo encorajamento das empresas a pressionarem e igualmente lutarem pelo banimento dessa prática; ensinar as crianças tanto nas escolas, quanto dentro de casa sobre os perigos do tráfico de pessoas e conscientizá-las dessa realidade, para se atentarem aos riscos no futuro; criar campanhas para que o governo passe a oferecer toda a assessoria possível para os imigrantes que chegam no país, como cursos de língua portuguesa e assistência social, para que se integrem na sociedade; e também aumentar a fiscalização nas áreas rurais, certificando-se de que tais práticas jamais sejam realizadas novamente. Só assim surgirá um Brasil mais seguro, justo e igual.